quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Rumo à 3ª avaliação! É isso aí 8ª série, vamos mergulhar fundo nos estudos e melhorar as médias.
Leitura é imprescindível para uma boa escrita e interpretação. Espero que todos possam compreender que temos somente duas avaliações para finalizar o ano letivo, sendo necessário uma dedicação exclusiva aos estudos.
Segue  abaixo o material complementar para nossa 3ª avaliação bimestral.
Um abraço carinhoso à todos, boa noite!

 Dedicação e  força de vontade são essenciais para um bom desempenho e sua aprovação.
ESTUDE!!!!
                                                                      Profª.: Núbia Leão

ESTUDOS AMAZÔNICOS
Escola:____________________________________________________________
Profª.: Núbia Leão
Alun@:__________________________________________________ Nº_______
Série: 8ª/9º ano                     Turma:__________                Turno:____________
III- Unidade: Os grandes projetos na Amazônia.
Na avaliação anterior estudamos os primeiros projetos implantados na Amazônia: Manganês e Jari. Assim como eles, o Programa Grande Carajás, também trouxe grandes impactos ambientais para a região amazônica. Vejamos a seguir, o histórico do Projeto: ano, local, objetivos e consequências à região.

  • Programa Grande Carajás – PGC
O objetivo desse programa era o de instalar um conjunto de empreendimentos capazes de viabilizar condições de desenvolvimento sócio-econômico da Amazônia Oriental, extrair recursos minerais e florestais existentes na área e explorá-los de forma integrada e em grande escala.
A área do Programa Grande Carajás – PGC – de cerca de 900.000 km2 inclui terras dos Estados do Pará, Maranhão e Tocantins.
  Você sabe por que o Programa Grande Carajás foi instalado na Amazônia? Isso ocorreu por que o local escolhido possui um enorme potencial de recursos naturais, tanto minerais (bauxita, manganês, ferro, ouro, caulim, cobre, salgema, areia, argila, etc.), como recursos florestais, pois a região possui grande áreas cobertas com florestas nativas que, atualmente, são derrubadas para extração da madeira e produção de carvão. O local possui grande potencial energético, como rios caudalosos, de grande extensão, que possibilitam a construção de hidrelétricas, infra-estrutura necessária para dar suporte aos empreendimentos mínero-metalúrgicos integrados ao Programa Grande Carajás.
Além disso, o Governo brasileiro através da SUDAM , concedeu ao PGC financiamentos especiais e isenção de vários impostos. Tais incentivos permitiram a compra, a baixo custo, de máquinas, equipamentos e outros produtos existentes no Brasil, assim como matérias-primas e equipamentos nacionais necessários à instalação e ao funcionamento dos Grandes Projetos.
É evidente que um programa desse porte atrai, também, um grande número de pessoas, da própria região ou de fora dela, que vêm em busca de uma oportunidade de emprego nas inúmeras obras que integram o Programa. Esta é uma força de trabalho de baixo custo que, muitas das vezes, é absolvida pelo projetos e depois dispensada, passando a viver de empregos informais, morando na periferia.
Na verdade, a acentuada exploração de recursos naturais da região, através do Programa Grande Carajás, não resultou na propagada melhoria de vida da população da região.
O Programa Grande Carajás inclui 3 grandes frentes integradas:
Ø Um conjunto de projetos mínero-metalúrgicos;
Ø Um conjunto de projetos agropecuários e florestais;
Ø Um grupo de projetos de infra-estrutura
No entanto, dentre essas frentes, chamamos a atenção pela sua importância econômica, para os Projetos mínero-metalúgicos e os de infra-estrutura.

MAPA 1- PROGRAMA GRANDE CARAJÁS  -  
GRANDES PROJETOS NO PARÁ

 FONTE:parahistorico.blogspot.com

Fazem parte do Programa Grande Carajás(PGC): Ferro- Carajás, Projeto Trombetas, Projetos de produção de alumínio(ALBRÁS, ALUNORTE e ALUMAR) e Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT).

Projeto Ferro Carajás 
Este Projeto está localizado na Serra dos Carajás, no sudeste do Pará, aproximadamente 200 km da cidade de Marabá, ocupando terras dos municípios de Marabá, Parauapebas, Curionópolis e São Félix do Xingu. 
O trabalho de prospecção mineral na região da Serra dos Carajás começou a ser desenvolvido em 1966 pela Codim, uma subsidiária da transnacional Union Carbide. A descoberta de importantes jazidas de manganês motivou uma outra transnacional do setor, a United States Steel – através de uma subsidiária, a Companhia Meridional de Mineração –, a iniciar um amplo trabalho de pesquisa na região. O resultado foi a descoberta de um imenso potencial mineral que inclui a maior concentração de minério de ferro de alto teor do mundo, além de importantes reservas de alumínio, cobre, níquel e estanho.
Em 1970 foi criada a Amazônia Mineração S.A. (Amza), fruto de uma aliança entre capitais estatais e transnacionais com vista à exploração e exportação de ferro de Carajás. A ex-estatal Companhia Vale do Rio Doce controlava 50,9% das ações da empresa; a Companhia Meridional de Mineração detinha os 49,1% restante. O negócio foi desfeito sete anos depois: os baixos preços no mercado internacional desestimularam a United States Steel a participar do programa de investimentos necessário a exportação de ferro. Mediante a uma indenização de 50 milhões de dólares, a CVRD tornou-se a única empresa participante do Projeto Ferro Carajás.
No final da década de 70 a CVRD divulgou o documento Amazônia Oriental — Um projeto nacional de exportação, cujo o conteúdo era uma proposta de exploração global dos recursos da região. O documento delimitou a área de atuação do Projeto Grande Carajás.
O Projeto Ferro Carajás foi a ponta de lança desse amplo programa. A CVRD construiu e opera a Estrada de Ferro Carajás (EFC), que liga as regiões produtora do minério a São Luís, no Maranhão, numa distância de 890 km. À Portobrás coube a construção do Porto de Ponta da Madeira, em São Luís, capaz de receber graneleiros de até 280 mil toneladas de porte. O projeto de exploração de ferro, gerenciado pelo capital estatal, foi incumbido de criara um “corredor de exportação” que atendesse também aos projetos privados interessados em se estabelecer na região. Atualmente, Carajás produz mais de 35 milhões de toneladas por ano. Um consócio japonês liderado pela Mitsui Steel é o principal comprador dessa produção.
O Programa Grande Carajás tem um impacto profundo na organização do espaço regional em todo sul do Estado do Pará e oeste do Maranhão. Os vultuosos investimentos estatais e privados, realizados em áreas de conflitos de terras envolvendo fazendeiros, madeireiras, posseiros e índios, adquiriram um caráter estratégico. Ao longo da ferrovia, foram criados núcleos urbanos que gravitam em torno das atividades de mineração, industrialização e transporte. O imenso território englobado pelo Programa e os espaços adjacentes, polarizados por ele, foram submetidos a uma gestão baseada em critérios logísticos. Carajás não é apenas um empreendimento econômico de exportação, mas também uma operação geopolítica de controle e estabilização de um espaço geográfico de conflitos.
MAPA 2- LOCALIZAÇÃO DO PROJETO FERRO CARAJÁS



Projeto Trombetas
A bauxita da Serra de Oriximiná, no Vale do Rio Trombetas, foi descoberta em 1966, pela Alcan, empresa canadense que está entre as seis grandes corporações mundiais do alumínio. Nos anos 70, o projeto de exploração do minério foi acelerado como reação aos esforços dos países exportadores, liderados pela Jamaica, para aumentar os preços internacionais do produto. O Brasil que não participava da associações dos países produtores de bauxita, tornava-se assim um elemento-chave para a estratégia das grandes empresas transnacionais.
Em 1975, foi criada a Mineração Rio do Norte (MRN), um consórcio de grupos estatais, privados e transnacionais para explorar a bauxita na região. Os principais acionistas da Mineração Rio do Norte são a CVRD (46%), a Alcan (24%), a anglo-holandesa Billiton-Shell Metals (10%) e a Companhia Brasileira de Alumínio, do grupo Votorantim (10%). A MRN produz mais de 6 milhões de toneladas de bauxita por ano, o que equivale a cerca de 73% da produção nacional desse minério.
O polo de exploração da MRN abrange a jazida, o porto fluvial do Rio Trombetas e a usina de
beneficiamento situada junto ao porto. Essa produção abastece os projetos Albrás-Alunorte e, de exportação de alumina e alumínio que se instalaram em Barcarena (PA) além da Alumar no Maranhão. Os projetos envolvem associação entre a CVRD e grupos econômicos japoneses que constituem a Nippon Amazon Aluminium Co. (Nalco) e fazem parte do Programa Grande Carajás. A energia elétrica de Tucuruí é vendida é vendida para essas empresas com 15% de desconto.

O lago de bauxita 
Embora os projetos falem em adotar formas de controle ambiental, o exemplo da Mineração Rio do Norte causa apreensão. A empresa que está produzindo 3,5 milhões de toneladas de rejeitos por ano, previa inicialmente despejá-lo em uma bacia artificial especialmente construída para esse fim, mas, como a obra foi considerada cara, acabou jogando os rejeitos no Lago Batata, que hoje está sedimentado em 20% de sua extensão por um material extremamente poluente.

MAPA 3-  LOCALIZAÇÃO DO PROJETO TROMBETAS


O Projeto Trombetas e sua articulação com os projetos de alumínio: ALBRÁS, ALUNORTE E ALUMAR
Os Projetos de alumínio ALBRÁS – Alumínio Brasileiro S/A –, ALUNORTE – Alumínio do Norte do Brasil S/A –, em Barcarena-PA, e ALUMAR – Alumínio do Maranhão S/A –, em São Luís-MA, funcionam articulados com o Projeto Trombetas (Oriximiná-PA), que explora a bauxita – matéria-prima do alumínio, produto de inúmeras utilidades no mundo moderno.
Apesar desse projetos estarem localizados em diferentes áreas, existe entre eles uma articulação, formando uma espécie de cadeia, na qual a bauxita do Projeto Trombetas é consumida pelo Projeto ALUMA e ALUNORTE. Este último, fornece, em seguida, a alumina para o Projeto ALBRÁS. Anteriormente à instalação da ALUNORTE (ano de 1995), ocorria o chamado “passeio da bauxita” por meio do qual essa metéria-prima, produzida em Trombetas, era exportada, transformada em alumina e importada, para a ALBRÁS, no Pará. A previsão, em 1997, era que a ALUNORTE exportasse 300 mil toneladas de alumina para o mercado externo, e fornecesse outras 700 mil para a ALBRÁS e 100 para Valesul, localizada no Rio de Janeiro.
Os baixos preços da alumina no mercado mundial atrasaram em quinze anos a implantação da ALUNORTE. Somente no inicio da década de 90 é que o governo do Estado do Pará e os empresários japoneses reiniciaram as negociações no sentido de colocá-la em funcionamento.
Mesmo não tendo sito instalada a ALUNORTE na década de 80, a outra fábrica do complexo, a ALBRÁS, foi colocada em atividade, importando alumina das Guianas, do Suriname e da ALUMAR, e produzindo alumínio primário na forma de lingotes, exportando, sobretudo para o Japão, através do Porto de Vila do Conde, em Barcarena.
O consórcio ALUMAR, localizado em São Luís, recebe a bauxita do Projeto Trombetas, transforma-a em alumina, e passa a abastecer, em grande parte, o Projeto ALBRÁS em Barcarena, além de produzir seu próprio alumínio, exportando-o diretamente para o exterior. 
A produção do alumínio, produto final da cadeia bauxita-alumina-alumínio, requer grande quantidade de energia elétrica. Essa foi uma das razões que levaram à construção da hidrelétrica de Tucuruí, localizada no Médio Tocantins, no município de Tucuruí-PA, que passou a abastecer de energia os projetos de alumínio e os demais projetos econômicos do Programa Grande Carajás. 
As grandes reservas de bauxita descobertas no Estado do Pará, precisamente nas regiões do rio Trombetas, no município de Oriximiná e de Paragominas, na bacia do rio capim, aliadas ao potencial hidrelétrico dos rios da Amazônia, levaram o Brasil a posição de exportador de alumínio, pois suas reservas de 4,1 bilhões de toneladas de matéria prima - bauxita -, eram ultrapassadas no mundo inteiro somente por dois países: Guiné e Austrália.
Para a implantação dos projetos ALBRÁS e ALUNORTE o governo brasileiro ficou com o compromisso de construir: a hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, que fornece energia elétrica com tarifa reduzida; o Porto; o núcleo habitacional e o acesso rodoviário. E, juntos os governos do Brasil e do Japão concederam, ainda, financiamentos com juros baixos e diversos incentivos fiscais.
O local do projeto industrial portuário ficou numa região de 19.000ha, chamada Ponta Grossa, no município de Barcarena, a 35Km de Belém, capital do Estado do Pará e trouxe vários problemas sócio-ambientais para a região.


A Usina Hidrelétrica de Tucuruí
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí  está localizada no rio Tocantins, município de Tucuruí, no Pará.
A construção da Hidrelétrica de Tucuruí começou em 1976 e foi inaugurada em 22 de novembro de 1984. A UHE Tucuruí é administrada pela empresa estatal Eletronorte. A Usina Hidrelétrica de Tucuruí possui uma potência de 8.370 mega-watts. Para gerar essa energia, conta com 12 unidades geradoras de 350 mega-watts, 11 unidades geradoras de 375 mega-watts e 2 unidades geradoras de 22,5 mega-watts. O vertedouro da barragem é o maior do mundo. A barragem tem uma extensão de 11 km. 
Criada com o objetivo de garantir autonomia energética à região, na verdade, a energia gerada está voltada principalmente para o abastecimento dos complexos de alumínio do Programam Grande Carajás. Abastece também a cidade de Belém e outros municípios do Estado do Pará e da região Nordeste.
Vários problemas ambientais foram causados pela construção da UHT na região. Grandes áreas foram inundadas, destruindo a fauna e a flora, expulsando moradores antigos, que tiveram suas terras invadidas pelas águas e, por isso, precisaram migrar para outros locais. 

 Impactos e consequências dos Grandes Projetos     
Os chamados grandes projetos tidos, pelo empresariado e pelo Governo, como fundamentais para o desenvolvimento da Amazônia, são, no entanto questionados pela opinião pública e pela comunidade acadêmica.
Será que eles trouxeram benefícios para a nossa região? Melhoraram as condições de vida da população local? A realidade nos tem mostrado inúmeras conseqüências negativas, as quais destacamos: 
Ø a construção de obras de infra-estrutura necessária ao funcionamento desses projetos (núcleos urbanos, rede energética, portos, rodovias, ferrovias, etc.) exigiu do Governo brasileiro a obtenção de empréstimos internacionais, com o conseqüente crescimento da dívida externa;
Ø exploração desordenada dos recursos naturais da região e conseqüente destruição do meio ambiente;
Ø desorganização da economia local, quando atividades econômicas tradicionais 
(como o extrativismo vegetal, a agricultura de subsistência, a garimpagem, etc.) vão sendo substituídas por atividades econômicas modernas, entregues as grandes empresas e a grandes grupos econômicos nacionais e internacionais;
Ø a implantação dessas novas atividades geradas pelos Grandes Projetos, com tecnologia sofisticada, recrutamento de técnicos do Centro-Sul e do exterior, não foi acompanhada de ampliação na oferta de emprego para a população local;
Ø mudanças nos hábitos e costumes do homem amazônico, que passa a sofrer a influência de novos valores culturais, econômicos e sociais. 

REFERÊNCIAS
1. BRANCO, S.M. O meio ambiente em debate. São Paulo: Moderna, 1991.
2. MONTERIO, Alcidema(et.al.) O espaço amazônico: sociedade e meio ambiente. NPI/UFPA – Belém, 1997.
3-SILVA, Marlene de Deus. O Pará em questão. 3ª ed. Belém, 2002.
4- http://www.colegioweb.com.br/geografia/projeto-radam.html.
5- http://www.pontosbr.com/usina-hidreletrica-de-tucurui-tucurui-pa-139.html
6- http://www.mma.gov.br/port/conama/legi.cfm

ANOTAÇÕES
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